Uma enorme explosão de raios gama na Nebulosa do Caranguejo (Crab Nebula), detectada no mês passado pelo observatório espacial Fermi, da Nasa, está intrigando os astrônomos. Localizada a 6,5 mil anos-luz da Terra, na constelação de Touro, a nebulosa é remanescente de uma supernova avistada em 1054 e descrita em antigos textos de astronomia. O objeto, com uma estrela de nêutrons em seu centro, tem sido desde então uma fonte constante de luz e ondas de rádio, o que reforça o mistério em torno das causas da explosão.
No último dia 12 de abril, no entanto, o Fermi captou enormes emissões de raios gama, forma mais energética do espectro de radiação eletromagnética, partindo da Nebulosa do Caranguejo e atingindo níveis até 30 vezes acima do normal. As emissões variáveis duraram seis dias e não atingiram outras faixas do espectro, como a luz visível e raios-x. - Ter algo que coloca quase toda sua energia em raios gama é algo muito pouco comum - disse à BBC o pesquisador Rolf Buehler, do Instituto Kavli de Astrofísica Partículas e Cosmologia, nos EUA. - Estamos diante de um grande quebra-cabeça e provavelmente vamos levar alguns anos para entendê-lo.
Até o momento, a teoria mais aceita é de que a explosão foi causada por uma súbita mudança na direção das linhas de força do campo magnético que cerca a estrela de nêutrons, que lançou algumas partículas a velocidades próximas da luz para o espaço.
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