segunda-feira, 6 de junho de 2011

PSTU-RJ: Somos todos bombeiros!


  O PSTU vem a público manifestar total apoio à luta dos trabalhadores do corpo de bombeiros, que durante meses vem exigindo do governador Sergio Cabral que sente para negociar suas reivindicações por melhores condições de trabalho, por um aumento decente dos salários, pelo pagamento do vale transporte, e pelo fim das gratificações. E agora também exigem a não punição dos dirigentes das manifestações e de qualquer lutador da categoria. 
 Aproveitamos este momento para denunciar a atitude covarde que este governador vem tendo com a população do estado do Rio de Janeiro. Em 2009 jogou bomba contra os profissionais de educação, que manifestavam pacificamente em defesa de seu plano de carreira e pelo reajuste de um salário de fome de R$ 700,00. Com os moradores do Morro do Bumba teve a coragem de jogar spray de pimenta em crianças de quatro anos de idade que junto com os seus pais protestavam pelo não cumprimento das promessas de construção de novas casas. Na região serrana do Rio, que viveu no início do ano uma imensa tragédia, acontece o mesmo, muita promessa e pouca ação do governo. 
 Durante a visita de Obama ao Rio de Janeiro, numa postura submissa, Cabral prendeu 13 trabalhadores e estudantes, em sua maioria militantes do PSTU, que protestavam contra o roubo do nosso petróleo. Para agradar Obama, falsificou provas para mandar os presos para presídios. Foram 72 horas de prisão pelo simples fato de lutarem e defenderem o interesse do país.
 Agora é com os bombeiros. Esses trabalhadores tiveram um papel decisivo na ajuda à população da região serrana em janeiro de 2011 e do Morro do Bumba em março de 2010. Eles gozam de um amplo apoio da população pelo bons serviços que prestam, não é à toa que, numa recente pesquisa do jornal Folha de S. Paulo, 85% da população se colocou contra a atitude do governador Sérgio Cabral de não negociar e reprimir os bombeiros e seus familiares. 
 Nós, do PSTU do Rio de Janeiro, não temos dúvidas que este governador criminaliza a pobreza e os movimentos sociais. Aliás, esta é uma prática dos governantes em todo o país. Dilma, presidenta do país, após permitir a destruição do código florestal que preservava as florestas, facilita a vida dos empresários do agronegócio que vão poder destruir as florestas sem qualquer punição, fechando os olhos para o massacre contra os povos da floresta e seus líderes. Não é à toa que nesse momento existe uma lista de mais de 3.600 trabalhadores rurais ameaçados de morte. Só na semana passada, foram assassinados cinco dirigentes rurais no Norte do País, que perderam a vida defendendo a floresta amazônica contra o desmatamento. 


 O governo diz que não pode fazer nada contra os empresários do campo, também não pode fazer nada contra o enriquecimento do ministro da Casa Civil, como também não pode fazer nada contra o aumento vergonhoso dos deputados. 
 Mas podem colocar na cadeia os trabalhadores que lutam por seus direitos, como faz aqui o governador Sérgio Cabral, que atacou na ultima sexta-feira milhares de bombeiros e seus familiares e que teve a coragem de ir para a televisão chamar os bombeiros de vândalos, bandidos e covardes. 
 "Covarde" é este governador que paga um dos piores salários do país para professores e bombeiros; "bandido" é o governador, que não paga o vale-transporte para o deslocamento do trabalho para casa dos bombeiros; "vândalo" é o comando da polícia que, a mando de Sérgio Cabral, invadiu com o BOPE o quartel-geral dos bombeiros na ultima sexta-feira, dando tiros, batendo e prendendo 439 trabalhadoras e trabalhadores do corpo de bombeiros. 
 É bom que o governador saiba que o descontentamento não é só com os bombeiros. Também na Polícia Militar há insatisfação com os baixos salários e questionamento à repressão contra os bombeiros. Por esse motivo, um setor da polícia se negou a invadir o quartel, obrigando o governador a apelar para o BOPE.

 SOMOS TODOS BOMBEIROS 
 Achamos que a ampla unidade da população e dos trabalhadores do país em defesa dos bombeiros é fruto da clareza de que temos que dar um basta nesta truculência, neste autoritarismo do governador. Por isso o Rio vai vestir vermelho e assumir que somos todos bombeiros, e que não descansaremos enquanto não forem libertados todos os bombeiros presos. 

 O PSTU exige a imediata libertação dos 439 presos políticos do Corpo de Bombeiros, a abertura imediata das negociações com o atendimento das reivindicações dos bombeiros, nenhuma punição aos que lutam pelos seus direitos, pelo fim da criminalização dos movimentos sociais, pelo direito de greve e sindicalização dos militares. 
Lutar não é crime, lutar é um direito!

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