quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

As "tragédias climáticas" e o atraso nacional


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PCO - O número de pessoas afetadas pelas chuvas chegou a 2,5 milhões.


Nove mortos em Sapucaia, distrito do estado do Rio de Janeiro atingido no dia 9, segunda-feira, por deslizamentos de terras após chuvas na região. Quinze mortos em Minas Gerais desde o início do verão, sendo que as três últimas vítimas fatais eram da cidade de Além Paraíba, localizada na Zona da Mata. Assim como nos outros casos, estas três pessoas também foram vítimas de enchentes e deslizamentos. No Espírito Santo, as chuvas já deixaram, somente este ano, mais de 11 mil cidadãos sem casa e causaram a morte de uma pessoa na cidade de Piúma, no litoral Sul do estado. Os dados são alarmantes e assustadores e, o que é mais grave, são apenas parciais.
Outro fato que tem deixado todos em estado de alerta é que as chuvas estão apenas começando e que até o final do verão muitas tragédias como esta deverão ocorrer. Segundo informações do próprio governo Dilma, divulgadas para a imprensa capitalista por Aloísio Mercadante, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, desde o início do verão aproximadamente 2,5 milhões de pessoas já sofreram algum transtorno grave pelos motivos enumerados acima.
Diante de números desta proporção e dada a regularidade do fenômeno que todo o início de ano atinge milhões de brasileiros, o problema das chuvas a das ditas "tragédias naturais" não pode ser encarado como mero acaso.
A questão das chuvas deve ser encarada, neste sentido, como um dos graves problemas nacionais.
Ano passado, o País sofreu com a maior tragédia deste tipo de sua história. Na região Serrana do Rio, quase mil pessoas morreram após inundações, enchentes e deslizamentos de terras. Daquela época até hoje, a única "grande" iniciativa do governo foi a construção, de forma precária, do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). Esta medida, ao contrário do que afirma o governo, revela justamente a principal causa do problema.
O Cemaden monitora apenas uma em cada cinco cidades consideradas de grande risco. Mas o pior não é isto.
É evidente que o País deve contar com um centro de monitoramento desta natureza. No entanto, seria preciso muito mais para solucionar o problema que tem sua origem na completa falta de infraestrutura das cidades brasileiras.
Somente isto pode explicar que apenas na cidade de Ouro Preto, por exemplo, foram registrados 136 deslizamentos de terras somente no último mês. Ou seja, mais do que a força da ação da natureza, as cidades brasileiras estão com sua infraestrutura completamente obsoleta por causa da falta de investimentos. E os poucos investimentos que existem se restringem a monitorar as condições climáticas, mas não preparam os locais para que sejam evitadas tragédias.
A falta de investimento, por sua vez, está diretamente ligada ao destino dos recursos públicos. Neste caso, o principal fator que impede grandes investimentos na área é a política de entregar grande parte do dinheiro público para os bancos nacionais e internacionais.
Neste sentido, o problema das "tragédias climáticas" está diretamente ligado à questão do atraso nacional. A política de rapina do imperialismo e a submissão do governo e da burguesia nacional diante desta questão tornou-se um empecilho para o desenvolvimento do País. Com isso, os investimentos no setor produtivo, e as obras de infraestrutura fazem parte disto, ficam reduzidos quase à zero.
As consequências são prejuízos incalculáveis e a perda de muitas vidas humanas.
Por isso, é preciso denunciar que a responsabilidade sobre as consequências de todas estas tragédias são dos governos que fazem a população pagar a conta para que os banqueiros e grandes capitalistas possam usufruir de grande parte do orçamento estatal.


Fonte: http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=34557

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