Observações do Hubble revelam estrelas azuis antigas e anéis em torno do núcleo galáctico
RIO – Na astronomia, a cor azul normalmente é um indicativo de estrelas quentes e jovens. Mas em torno do núcleo da galáxia de Andrômeda algumas delas na verdade são astros de meia idade como o Sol, com cerca de 5 bilhões de anos, que perderam suas camadas externas em meio ao ambiente caótico da região. Usando o telescópio espacial Hubble, da Nasa, astrônomos encontraram cerca de 8 mil destas estrelas em um censo ultravioleta.
- Não estávamos procurando por estas estrelas. Elas se destacaram porque eram brilhantes em ultravioleta e muito diferentes das estrelas que esperávamos ver – conta Julianne Dalcanton, da Universidade de Washington e líder do levantamento.
Segundo os cientistas, estas estrelas evoluíram normalmente para a fase de gigantes vermelhas, mas liberaram seu material externo muito mais rápido do que o esperado, revelando assim seus núcleos extremamente quentes e brilhantes. Isso teria acontecido pelo fato delas terem se formado em uma região rica em outros elementos que não hidrogênio e hélio. Essa abundância em elementos mais pesados de sua composição teria facilitado a perda de material. Já outra explicação é que elas fazem parte de sistemas binários muito apertados devido à “lotação” do núcleo galáctico, tendo cedido seu material para companheiras não vistas.
As observações também renderam a imagem mais nítida já feita em luz visível do centro da que é a maior e mais próxima galáxia espiral da Via Láctea, a cerca de 2,5 milhões de anos-luz de distância da Terra. As observações mostram o núcleo duplo de Andrômeda, formado por dois anéis de estrelas com características diferentes orbitando o gigantesco buraco negro do centro galáctico: um mais próximo, formado por outra população de estrelas azuis, desta vez gigantes e jovens; e outro mais afastado, com maioria de estrelas velhas e avermelhadas.
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