José Lino Guerreiro é um dos tantos que lamenta a falta de moradia depois da expulsão de 1.600 famílias de ocupação consolidada
Guerreiro aguardava há seis anos ser chamado em um programa habitacional da prefeitura - Foto: Danilo Ramos/RBA |
“Eu acho que não tenho mais capacidade de recuperar minha dignidade. Sempre trabalhei, minha esposa sempre trabalhou e ainda assim fomos tratados como bichos”, lamentou. Guerreiro saiu de casa com a roupa do corpo naquele domingo, às 4h15 da manhã. Em uma ficha da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, preenchida por ele mesmo, uma extensa lista dos pertences perdidos, incluindo galinhas e patos que criava em seu quintal.
O computador que havia comprado para sua filha de nove anos também desapareceu após a reintegração. “Trabalhei dia e noite para não precisar pegar o que é dos outros. E ficou lá. Posso te garantir que foi extraviado no meio do caminho”, afirmou. Eletrodomésticos comprados no final do ano passado, e cujas parcelas ainda estão sendo pagas, foram igualmente perdidos. Guerreiro teve uma moto e um carro guinchados.
E pior: após faltar duas vezes ao trabalho para passar pela triagem da prefeitura que o encaminharia aos abrigos, foi demitido da madeireira onde estava empregado com carteira assinada.
Guerreiro aguarda o pagamento dos auxílios aluguel e mudança, no total de R$ 1 mil, assim como outras cerca de 140 famílias ainda abrigadas em locais indicados pela prefeitura.
Os desabrigados queixam-se do aumento do valor dos aluguéis depois da desocupação do Pinheirinho - tornando a ajuda que recebem insuficiente para alugar um novo imóvel.
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/8880
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