Blog Observatório
por Cássio Barbosa
Qual será o futuro do Sol? O que deve acontecer com ele daqui a uns 5 bilhões de anos?
A evolução de uma estrela é ditada pela quantidade de massa que ela
possui. Estrelas com pouca massa, como o nosso Sol por exemplo, devem
transformar hidrogênio em hélio durante bilhões de anos.
Quando o reservatório de hidrogênio de uma estrela dessas se esgota, ela
se torna uma gigante vermelha, expele suas camadas exteriores, e seu
núcleo se contrai em uma anã branca. Para o nosso Sol, esse processo
todo deve levar 10 bilhões de anos, mais ou menos. Como ele já viveu 5
bilhões de anos, ainda terá outros 5 bilhões de vida.
Estrelas com mais massa que o Sol, umas 10 vezes mais pelo menos, devem
evoluir muito mais rápido, em escalas de tempo da ordem de milhões de
anos. Nas fases finais, acabam explodindo em supernovas e podem terminar
a vida como uma estrela de nêutrons ou um buraco negro.
Quando uma estrela do tipo do Sol chega à fase de gigante vermelha, suas
camadas exteriores são lançadas ao espaço, e o núcleo se contrai em uma
anã branca que produz um vento intenso. Esse vento é responsável por
“esculpir” o gás ejetado da gigante vermelha, formando imagens
fantásticas. Essas são as nebulosas planetárias.
Algumas das nebulosas mais famosas e bonitas foram agora estudadas pelo
telescópio espacial Chandra, que observa em raios X. A ideia desse
projeto da Nasa é observar a emissão de raios X causada pelas ondas de
choque que surgem da colisão do vento rápido da anã branca com o gás
ejetado durante a fase de gigante vermelha.
Os resultados do estudo revelam que as nebulosas que têm emissão difusa
de raios X mostram estruturas esféricas, com a borda estreita e bem
definida – tudo rodeado por halos pouco brilhantes, isso nas imagens
ópticas. Todas as estruturas esféricas parecem ter menos de 5 mil anos, o
que representa mais ou menos a escala de tempo para o vento começar a
produzi-las. Uma nebulosa dessas deve ser o destino final do nosso Sol.
Adicionalmente, quase metade das nebulosas planetárias desse estudo
possuem fontes pontuais emitindo em raios X, bem no centro. Entretanto,
dentre todas as 21 nebulosas observadas, 20 parecem ter uma fonte
central dupla, ou seja, a maior parte das estrelas que ejetam suas
partes externas e criam nebulosas planetárias deve ter uma companheira.
As quatro nebulosas da foto deste post foram observadas pelo Hubble e
pelo Chandra, e suas imagens foram combinadas para produzir uma imagem
composta. As observações ópticas, feitas pelo Hubble, estão
representadas pelas cores vermelho, verde e azul, já a emissão em raios
X, detectada pelo Chandra, está em rosa.
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