domingo, 28 de abril de 2013

E Einstein continua certo...

Enviado por Cesar Baima - 
25.4.2013
 | 
15h50m

Prestes a completar um século, a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, publicada em 1915, continua a resistir a todos os testes impostos pelos cientistas. Desta vez, astrônomos descobriram um incomum sistema binário composto pela estrela de nêutrons mais massiva já encontrada com uma pequena anã branca em uma órbita muito próxima dela (na ilustração acima) que permitiu colocar à prova as previsões de Einstein e das suas principais teorias competidoras.
Devido à grande proximidade das duas estrelas (a anã branca completa uma órbita em apenas duas horas e meia) e às características da de nêutrons (ela tem duas vezes a massa do Sol, mas apenas 20 quilômetros de diâmetro, o que faz com que um pedaço do tamanho de um torrão de açúcar em seu núcleo pese o equivalente a mais de um bilhão de toneladas), o sistema, localizado a cerca de 7 mil anos-luz de distância, foi considerado um laboratório único para colocar em teste a Relatividade Geral.
Segundo as teorias, tanto a de Einstein quanto as suas competidoras, em tais ambientes extremos com dois objetos tão próximos, o sistema deve emitir ondas gravitacionais, perdendo energia no processo. As previsões delas, no entanto, divergem quanto ao valor desta perda, com a diferença entre elas aumentando em campos gravitacionais muito fortes como este, em que mesmo pequenos aumentos na massa provocariam grandes alterações no tecido do espaço-tempo em torno dos dois objetos.
Os cientistas então resolveram medir esta perda. Girando 25 vezes por segundo, a estrela de nêutrons é um pulsar que emite ondas de rádio que podem ser captadas por radiotelescópios na Terra. E junto com observações do VLT, telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO) localizado no Chile, das mudanças na órbita da anã, eles puderam comparar as previsões das diferentes teorias, com a Relatividade Geral mais uma vez prevalecendo.
- Nossas observações de rádio foram tão precisas que já pudemos medir uma mudança no período orbital de oito milionésimos de segundo por ano, exatamente o que a teoria de Einstein prevê – resumiu Paulo Freire, pesquisador do Instituto Max Planck de Radioastronomia, na Alemanha, e um dos autores do estudo, publicado da edição desta semana da revista “Science”.

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