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Vacina contra gripe pode ajudar na prevenção da pneumonia
Estudo da USP feito em colaboração com universidade britânica analisa a relação entre as doenças
Por Redação - Editorias: Atualidades, Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Rádio USP, Jornal da USP no Ar - URL Curta: jornal.usp.br/?p=206192
Uma pessoa infectada com vírus da gripe está mais propensa a desenvolver uma pneumonia – infecção pela bactéria pneumococo – do que aquela que não contraiu a gripe. A conclusão é de um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (Crid) da USP, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Faculdade de Medicina Tropical de Liverpool (Reino Unido). Os pesquisadores ressaltam a importância da pesquisa para que se possa pensar em estratégias de tratamento e prevenção da pneumonia.
O pesquisador e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP e do Inova USP, novo centro de pesquisa da Universidade, Helder Nakaya, explica que esse estudo vem sendo realizado há mais de dois anos, ao longo dos quais foram analisados diversos dados e casos. Ele diz que a relação entre gripe e pneumonia é bem conhecida entre clínicos e epidemiologistas; no entanto, estudar o processo era uma tarefa difícil. Esse estudo, realizado pelo Crid, permitiu caracterizar, através de mecanismos moleculares, todos os eventos do processo, desde a infecção viral da gripe até a colonização bacteriana do pulmão que leva à pneumonia, passando pela fragilização do sistema imunológico do indivíduo.
Nakaya conta que, entre as conclusões dessa pesquisa, está a comprovação de que, ao vacinar-se contra a gripe, protege-se contra a pneumonia por consequência. Desse modo, a vacinação contra a influenza é necessária como complementar da vacina contra pneumococo, que faz parte da carteira de vacinação básica e previne a pneumonia especificamente. Ele acrescenta, que a vacina da gripe protege contra outros três ou quatro vírus causadores da doença, entretanto, por vezes a prevenção não funciona da maneira esperada. Isso se dá pelo fato de o vírus que está circulando no corpo da pessoa ser outro que não o presente na vacina, e por isso é importante o reforço anual.
Por fim, o professor diz que a pesquisa gerou tantos dados e novas hipóteses, que elas serão seguidas em novos estudos, como teses de doutorado e dissertações de mestrado. Na Faculdade de Medicina Tropical de Liverpool será analisado o processo contrário agora, conta o pesquisador: o hospedeiro será, primeiro, infectado com a bactéria, e depois com o vírus da gripe para ver os desdobramentos e reação entre os patógenos. Esses dados serão, também, recebidos pela FCF, e abrem caminhos para pensar em tratamentos terapêuticos e novas drogas.
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