Vento empurra pequenos pedaços de plástico para baixo da superfície d'água
Muitas pesquisas anteriores analisavam apenas a superfície
das águas. "A quantidade de lixo plástico pode ter sido
significativamente subestimada", dizem os autores do estudo
(iStockphoto/ThinkStock)
A quantidade de lixo plástico nos oceanos pode ser maior do que se
imaginava. Pesquisadores descobriram que pedaços minúsculos do material
são empurrados para até cinco metros de profundidade. Muitos estudos
calculam a quantidade desse lixo analisando apenas a superfície da água.
A pesquisa realizada por duas universidades americanas (Delaware e
Washington) foi publicada no periódico Geophysical Research Letters.
Saiba mais
PLÁSTICO NOS OCEANOS
O lixo plástico nos oceanos é uma preocupação por causa do impacto
ambiental. Por exemplo, quando um peixe ingere o plástico, ele pode
afetar fazer mal ao fígado do animal. As partículas também servem de
abrigo para bactérias e algas. Elas são transportadas juntos com as
partículas para outras regiões do oceano onde podem ser invasivas e
causar problemas ao ambiente local.
Enquanto trabalhava em um barco de pesquisas no Oceano Pacífico, o
oceanógrafo Giora Proskurowski percebeu algo estranho. A superfície da
água estava tomada por pedacinhos de plástico parecidos com confete. Foi
então que uma rajada de vento passou e as partículas desapareceram.
Depois de colher amostras de água a cinco metros de profundidade,
Proskurowski, pesquisador da Universidade de Washington, descobriu que o
vento estava empurrando o plástico para baixo da superfície da água.
"Isso quer dizer que décadas de pesquisa verificando a quantidade de
lixo plástico no oceano podem, em alguns casos, ter subestimado
significativamente a quantidade do material nas águas marítimas", disse.
Proskurowski reuniu dados em uma expedição ao Atlântico Norte em 2010. A
equipe de pesquisadores coletou amostras na superfície da água e em
três níveis de profundidade diferentes até 30 metros. "Quase todas as
amostras tinham plástico, independente da profundidade", disse.
O estudo conduzido por Proskurowski e Tobias Kukulka, da Universidade
do Delaware, afirma que os dados coletados na superfície da água
subestima a quantidade de plástico em até 2,5 vezes. Se o vento for
muito forte, esse fator pode chegar até 27 vezes. "Isso mostra que os
dados atuais podem estar errados", disse Giora.
A pesquisa sugere um novo modelo para que ambientalistas e cientistas
calculem com mais precisão a quantidade de lixo plástico nas águas
marítimas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário