domingo, 29 de julho de 2012

Mundos, vastos mundos

Enviado por Cesar Baima - 
27.7.2012



 Há uns 30 anos, a maioria dos cientistas acreditava que os sistemas planetários eram uma ocorrência relativamente rara na nossa galáxia. Como cerca da metade das estrelas que vemos no céu são na verdade sistemas binários, isto é, duas estrelas orbitando uma a outra, muitos imaginavam que eventuais planetas que se formavam acabavam sendo expelidos do conjunto como consequência do cabo de guerra gravitacional entre elas. Some-se a isso as várias gigantes que deveriam usar ou expulsar boa parte do material de seu disco de formação e a profusão de anãs, muito pequenas para capturar seus acompanhantes, a ideia era de que no máximo algo entre 10% a 20% das estrelas teriam planetas.
Desde a década de 90, no entanto, quando o primeiro exoplaneta, ou planeta extrassolar, foi detectado, essa imagem mudou muito. Até hoje, os cientistas já confirmaram a existência de 777 planetas orbitando estrelas espalhadas pela galáxia (inclusive em sistemas binários), com um total de 105 sistemas múltiplos, além de outros milhares de “candidatos” a planetas que ainda dependem de mais observações para serem confirmados. E embora a busca pela "Terra 2" ainda não tenha chegado ao fim, mesmo estando cada vez mais perto, há planetas para variados “gostos”. Só na última semana, astrônomos anunciaram a descoberta de um mundo infernal e um sistema aparentemente bem parecido com o nosso.
O planeta inferno (cuja ilustração abre o post) ainda é apenas um candidato, mas chama a atenção por suas características. Com cerca de dois terços do tamanho da Terra, ele está a meros 33 anos-luz de distância, o que faz dele um dos menores e mais próximos já detectados. Batizado UCF-1.01, ele orbitaria a sua estrela, a anã vermelha GJ 436, a aproximadamente 7 vezes a distância da Lua, muito mais perto do que Mercúrio está do nosso Sol. Assim, a temperatura de sua superfície, provavelmente coberta de lava, chega a 600 graus Celsius.

 Já o sistema identificado por pesquisadores do MIT (na ilustração acima) se parece com o nosso pelo fato de todos os seus três planetas orbitarem a sua estrela, Kepler-30, em um plano alinhado com o eixo de rotação dela, indicando terem sido formados pelo mesmo disco de material. Em geral, os planetas que estão sendo encontrados pelo cientistas, os chamados “Júpiter quentes”, têm órbitas excêntricas, isto é, inclinadas em relação ao plano de rotação da estrela (assim como o “ex-planeta” e hoje planeta-anão Plutão), provavelmente por causa de perturbações durante seu processo de formação.

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